quarta-feira, 27 de agosto de 2008

Arquitetura a favor do bem

Matéria de Mariana Felipe para Semana Estado de Jornalismo

concedida em junho de 08




Amélia Veríssimo, de 48 anos, mora em São Paulo com o marido, dois filhos e duas irmãs com Síndrome de Down. Sua casa, na Vila Brasilina, foi construída por seu pai há 50 anos, mas só ano passado, ao ser reformada pelas Arquitetas da Comunidade, ficou do jeito que ela queria. “A reforma me trouxe um bem-estar muito grande”, conta a dona-de-casa. As obras foram essenciais, principalmente porque ela e a família participaram do projeto. “Elas trabalharam em cima do meu orçamento e do que era prioridade pra mim”, conta.
O primeiro trabalho do grupo foi em 2003, quando, ainda estudantes, ajudaram uma família que corria risco de perder a casa por desabamento, construindo um muro de arrimo. A partir daí, fizeram outras ações pontuais e em 2006, já formadas, decidiram se estruturar para atingir mais pessoas. Do desejo de contribuir com a questão de moradia, nasce em julho de 2006 o Arquitetas da Comunidade, formado por Adriana Katsuki, Daniela Zacardi, Joice Genaro e Katia Sartorelli.
O grupo tem um trabalho pioneiro que oferece serviços de arquitetura com preços acessíveis, para uma população que, historicamente, não tem acesso. O desconhecimento é um grande desafio para conseguir a confiança da comunidade. “Quando conhecem o projeto, as pessoas acham que sairá muito caro”, explica Katia.
Ela aponta que há mais necessidade de reforma do que de construção na periferia, pois as casas demoram a ficar prontas e são construídas sem planejamento. A aplicação de conceitos como ventilação e iluminação naturais fazem grande diferença, inclusive no gasto com eletricidade. “Pequenas ações como tirar um muro, uma barreira ou abrir uma janela melhoram em muito a qualidade de vida dos moradores”, exemplifica.
A alvenaria estrutural, que elimina desperdícios e reduz custos e tempo de trabalho, é uma das armas utilizadas pelas arquitetas, que encontram dificuldade de implantar materiais ecologicamente corretos. “Na periferia, há resistência aos materiais novos e é difícil convencer os moradores a trocar as técnicas convencionais pelas sustentáveis”, conta Kátia.
A capacitação de mão de obra é outra preocupação, pois, normalmente, os próprios moradores constroem as casas. “O trabalho é muito pesado e também deve ser otimizado. Além disso, mais qualificados, podem aumentar sua renda”.
Em 2007, o projeto foi selecionado pelo programa “Jovens Empreendedores”, da ONG Artemísia, de onde recebe apoio técnico e uma verba inicial. Da parceria, foi criado um plano de negócios e o projeto piloto. Agora, as arquitetas buscam apoio de grandes empresas.
O piloto deve ser implantado este ano e prevê reformas e construções sempre em uma mesma região, para haver economia de tempo e de material. Nas novas obras, elas pretendem implantar as técnicas de reuso de água e captação de energia solar. “Nosso sonho é que daqui a 20 anos, conhecendo o trabalho de construção civil, todas as obras já comecem com apoio”.
O projeto foi finalista do Prêmio Inovação em Sustentabilidade na Conferência Internacional Ethos 2008. “Foi muito bom ver o potencial e o reconhecimento do trabalho, pois concorremos com instituições bem mais antigas e estruturadas. Dá muita motivação”, afirma Katia.

sexta-feira, 22 de agosto de 2008

Convite consultoria no Vida Nova

No dia 23/08 o Arquitetas da Comunidade participará com engenheiros e arquitetos de uma feira no bairro Vida Nova. É um evento de lazer e prestação de serviços diversos para a comunidade.E nós vamos esclarecer dúvidas de construção e divulgar os benefícios do projeto!

Compareçam!

CIC Campinas:Rua Odete Therezinha S. Octaviano, 92, Vida Novatel.: (19) 3226.6161